A pandemia abalou indicadores educacionais. Estado mais populoso e mais rico do Brasil, São Paulo conseguiu se recuperar no 2º ano do ensino fundamental, mas o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) ainda terá de buscar melhoras em outras séries.
O Sistema de Avaliação de Rendimento Escolar do Estado de São Paulo (Saresp) utiliza uma escala de aprendizagem com os conceitos abaixo de básico, básico, adequado e avançado. Segundo o resultado mais recente, de 2023 para 2024, as notas em matemática do estudantes do 2º ano passaram de 167,2 pontos (básico) para 196,7 (adequado).
Em 2021, no auge da crise sanitária e quando essa série começou a ser avaliada, foram obtidos 163,8 pontos (básico).
Em língua portuguesa também houve evolução, com 195,8 pontos (avançado), ante 174,7 em 2023 e 160,8 em 2021 (adequados). As crianças nessa série em geral têm 7 anos, idade na qual devem saber ler e escrever.
O Ministério da Educação estipulou, no ano passado, que 57% dos alunos paulistas deveriam estar alfabetizados na faixa etária correta. Em 2023, 53,8% estavam, mas em 2024 a meta do MEC foi superada, com a taxa de 65,8%.
No 9º ano, porém, os patamares pré-pandemia em português (249,6 pontos em 2019) e matemática (259,9) nem sequer foram atingidos. Na primeira disciplina, a nota foi 240,3 em 2024, ante 234,4 em 2023; na segunda, o avanço foi ainda menor, de 246,3 para 248,2. Desde 2019, o nível está estacionado no básico.
Também há estagnação entre 2023 e 2024 no 3º ano do ensino médio —como nessa etapa a avaliação pelo Saresp foi susbtituída pelo Provão Paulista, que usa métricas diferentes, não é possível fazer comparações com os anos anteriores. Em português, a nota passou de 3 a 3,1, e em matemática, de 2,5 para 2,7. A escala de pontuação vai de 0 a 10.
As medidas que contribuíram para o avanço no 2º ano do ensino fundamental devem ser diagnosticadas e replicadas.
Ao longo dessa etapa, contudo, ainda é necessário expandir o programa de tutoria, usado para superar defasagens. Neste ano, apenas 600 das mais de 5.000 escolas oferecem o serviço.
Tanto no ensino fundamental como no médio, o acesso ao desejável modelo de tempo integral precisa ser ampliado. Em 2023, 45% das escolas da rede pública paulista haviam implantado o modelo, mas só 17% dos alunos estavam matriculados nelas —na bem mais pobre Paraíba, por exemplo, as taxas eram de 65,7% e 55,9%, respectivamente.
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Fonte ==> Folha SP