5 de maio de 2025

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Anistia: a esquerda tem medo de quê? – 05/04/2025 – Opinião

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Neste domingo, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) reunirá milhares de pessoas para encher a avenida Paulista e exigir a “Anistia Já!” para os envolvidos nos atos de 8 de janeiro de 2023. Aquelas mesmas ruas ouvirão novamente o mesmo clamor e o mesmo pedido de perdão político, como no passado foi ouvido quando a esquerda gritava a palavra de ordem “Anistia, ampla, geral e irrestrita”.

E foi a mão de um presidente da República que viu seu pai —um general do Exército— viver anos no exílio que assinou a Lei da Anistia em 1979, aprovada pelo Congresso Nacional. E que trouxe de volta ao território nacional milhares de brasileiros e tirou centenas da clandestinidade. O general e presidente João Figueiredo assinou a Anistia em 28 de agosto de 1979. O Brasil se entendia consigo mesmo e a conciliação vencia os radicalismos e a intransigência.

Qualquer semelhança com o Brasil de hoje não é mera coincidência. O drama vivido por brasileiros presos ou exilados por causa do 8 de janeiro de 2023 pauta a política e se faz presente nas discussões do dia a dia e nas ruas brasileiras. Mas, surpreendentemente, o governo Lula e os partidos de esquerda se colocam na contramão da história e radicalmente contra anistiar aqueles que promoveram atos de vandalismo, sim, repudiado por todos nós, sim, inclusive o ex-presidente no mesmo 8/1.

E aqui cabe a pergunta fundamental: a esquerda tem medo de quê? Seus principais líderes não foram anistiados pelo presidente Figueiredo em 1979, inclusive uma ex-presidente da República? Não se beneficiaram da anistia de Getúlio Vargas, com quem se aliaram para elegê-lo, apesar do episódio com Olga Benário?

Falta a coragem que os militares tiveram em 1979? Falta a consciência de então de que o Brasil precisava ser pacificado? Falta vergonha? Falta empatia com as famílias que tem de ser reunificadas, reunidas novamente num mesmo lar —e é isso que desejam os defensores da anistia de hoje, anistia ampla, geral e irrestrita. É o que quer nossa sociedade. É a verdadeira democracia. É um imperativo de consciência. É ser humanista na ação e não no discurso.

A esquerda, que se vende como dona do monopólio das virtudes, escreve um capítulo hediondo, ao fechar os olhos ao sofrimento de famílias mutiladas, filhos sem pais e mães, esposas e maridos sem filhos! A esquerda se perde em seus dogmas.

Presidente Lula, mire-se na grandeza de estadista do presidente Juscelino Kubitschek, que enfrentou duas rebeliões militares —de Jacareacanga e de Aragarças— e anistiou seus adversários políticos na caserna. Perdoou para pacificar. Perdoou para governar com paz e tranquilidade e desenvolver o país.

Cabe voltar à inquietante pergunta do título do artigo: a esquerda tem medo de quê? Afinal, suas principais figuras públicas que agora retornam a atividade política foram beneficiados pela “anistia judicial” que anulou suas condenações na Lava Jato. Isso depois de serem beneficiados pela Anistia de 1979.

Qual é o medo da esquerda? A mesquinhez do medo de uma derrota em 2026? O receio de o PT desintegrar? O presidente Figueiredo não teve medo, JK não teve medo. Não teve medo Dom Pedro 2º, que anistiou os combatentes da Guerra dos Farrapos, bem como os presidentes da recém-criada República, que enfrentaram revoltas e rebeliões. Todos concederam anistias.


Na verdade, a história do Brasil é uma sequência de anistias. Faça-se justiça: num dos momentos mais difíceis da história política do país, um visionário tomou a iniciativa de mobilizar a sociedade e buscar a conciliação, sem ódio, sem revanche ou espirito de vingança. Quando comanda os atos pela anistia nos dias de hoje, o ex-presidente Bolsonaro revela o seu principal objetivo: pacificar o país —sem medo! O que, como se vê, não é pouco.

TENDÊNCIAS / DEBATES

Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.



Fonte ==> Folha SP

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