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Coleção Tao Tokyo Primavera 2026

Coleção Tao Tokyo Primavera 2026

Já é tarde na temporada para mostrar uma coleção, mas Tao Kurihara, assim como seu mentor Rei Kawakubo, não é do tipo que segue a multidão. O enigmático designer, que agora mostra cada temporada para um pequeno público doméstico na sede da Comme des Garçons em Aoyama, representa o lado mais romântico do estábulo CDG. À sua maneira, também tem uma mentalidade comercial, conseguindo transformar o caprichoso em wearable.

Acompanhado por uma trilha sonora alegre e folclórica, este passeio estava cheio de formas grandes e confiantes que se alternavam perfeitamente entre monocromáticos, neutros deselegantes e tons pastéis açucarados. No meio do show, mudamos para listras e algodão, espalhamos monocromático e mímico em diferentes escalas em saias grandes, calças largas e jaquetas minúsculas. Mais tarde, aquelas saias de algodão que desbotavam em laranja sépia como uma fotografia antiga. Para quem quer fazer compras em Comme fora da passarela, Tao é o melhor lugar para fazê-lo. Particularmente nesta coleção, houve muitas peças que os devotos de Comme irão gostar, desde as jaquetas largas com gola Peter Pan, até os vestidos florais e saias camponesas.

Ocasionalmente, Tao mostra exemplos de ruptura com a estética dominante da casa em que cresceu, mas nesta temporada parecia ter se comprometido com isso de todo o coração. As notas do programa discordavam: “Desta vez, concentrei-me em criar uma coleção que permanecesse fiel ao estilo de Tao – e a mim mesmo”, escreveu ela. Talvez seja inútil resistir: dos padrões às silhuetas, a linhagem da marca é clara.

Porém, há uma sensibilidade em relação ao trabalho de Kurihara, da qual só ela é capaz. Algumas das peças mais marcantes desta temporada foram criadas usando estampas de obras de arte florais de Fumi Imamura, que vieram decoradas com papoulas escarlates em saias transparentes fofas e camisas tipo capa. Eles pareciam encantadoramente vovós e suavemente românticos de uma forma projetada para agradar mais quem os usava do que quem os observava. Per Kurihara: “Espero que, ao usá-los, seja possível transmitir a gentileza e a força que o trabalho (de Imamura) incorpora.” Em poucas palavras, isso também é Tao: gentileza e força. O delicado, o feminino, o babado – em um mundo que tenta cada vez mais reprimir essas coisas, é oportuno lembrar o poder que elas possuem. Ousado, mas equilibrado, Kurihara exerce esse poder com maestria.



Fonte ==> Vogue

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